Câmaras e vereadores estão cumprindo seu papel?

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O comentário de hoje mergulha em uma pergunta que incomoda, mas precisa ser feita: as câmaras de vereadores têm realmente cumprido o papel que a Constituição e as leis orgânicas lhes atribuem?

Nill Júnior analisa o enfraquecimento das casas legislativas municipais, marcado por prisões, denúncias, acordos de bastidor e um ambiente onde, muitas vezes, o interesse coletivo perde espaço para a política da primeira pessoa — aquela que prioriza favores, trocas e alinhamentos automáticos ao poder executivo.

Conversando com nomes como o ex-presidente da UVP, João Batista, com o presidente da COPAP, Joel Gomes, e com ex-vereadores experientes, como Augusto Martins e Hamilton Marques, ele traz um diagnóstico duro: o nível dos debates nas câmaras diminuiu. Sobram pautas irrelevantes e faltam discussões sobre os problemas reais das cidades.

A lógica do toma-lá-dá-cá segue firme, e parte disso também nasce do processo eleitoral — marcado por campanhas caríssimas, estruturas desproporcionais e pouca fiscalização sobre abuso de poder econômico. Esse ciclo viciado empurra para dentro do legislativo quadros menos comprometidos com a fiscalização, a independência e o debate público.

Ainda assim, há exceções: vereadores e vereadoras sérios, comprometidos, que lutam para honrar o mandato e representar dignamente a população. O alerta de Nill Júnior não é para generalizar, mas para nos fazer enxergar a urgência de proteger o papel do legislativo municipal — um poder que deveria ser independente, fiscalizador e protagonista na vida pública.

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Da redação Itapuama FM.