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OPINIÃO | Pernambuco Doente: Quando R$ 6 Bilhões em Escândalos Convivem com Tênis de R$ 150 que Não Cabem no Pé

Por Raul Silva -

Jornalista do Podcast Teoria Literária/Rádio Itapuama FM

Professor especialista em Língua Portuguesa e Literatura


Pernambuco está doente, e a febre se mede em bilhões. A matemática é simples e cruel: enquanto o governo Raquel Lyra não consegue entregar um mísero tênis de R$ 150 sem transformar a vida das famílias mais pobres num inferno burocrático, R$ 6,2 bilhões evaporam em contratos suspeitos, empréstimos desviados e um festival de nepotismo. É a incompetência servindo de cortina de fumaça para a corrupção.


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Pense nisso: como é possível complicar a simples entrega de um calçado? O governo estadual conseguiu. Criou um programa que exige cadastro no Siepe, regularização na Receita Federal, idas à Caixa Econômica e, no fim, obriga os pais a complementarem o valor com dinheiro do próprio bolso. É um atestado de incompetência que transforma escolas em balcões de atendimento bancário e humilha quem mais precisa de ajuda. Outros estados entregam kits completos nas escolas, sem drama. Pernambuco prefere o circo.


Mas a incompetência, acredite, é o menor dos problemas. Enquanto famílias se perdem na burocracia do tênis, o governo enterra R$ 1,3 bilhão em contratos de publicidade que, convenientemente, beneficiam o primo da governadora, dono das salas alugadas pela agência vencedora. É um esquema familiar tão óbvio que dispensa investigação aprofundada, mas que ainda assim mobiliza uma CPI na Alepe e batalhas judiciais no STF.


E não para por aí. De um empréstimo de R$ 1,7 bilhão assinado com pompa em Brasília, apenas 35% foram utilizados. O resto do dinheiro? Parado. Exceto por R$ 611 mil, desviados para comprar softwares para a Casa Civil. E mesmo com R$ 1,1 bilhão mofando no banco por pura incapacidade de apresentar projetos, a governadora tem a audácia de pedir mais R$ 3,2 bilhões ao Legislativo.


O problema é sistêmico, claro. O prefeito do Recife, João Campos, gasta 160% a mais em marketing e festas do que em obras contra enchentes. É o mesmo DNA político. Raquel Lyra, no entanto, elevou a aposta, adicionando a suspeita de crime e o nepotismo explícito à mistura. Ela não apenas gasta mal; ela permite que o dinheiro público sangre em esquemas que cheiram a conluio familiar.


A conta final é a que realmente importa: para cada real destinado ao pé de um estudante, outros 188 reais somem em contratos investigados e empréstimos mal geridos. O governo que não consegue resolver o básico se mostra expert em criar esquemas complexos que beneficiam os de sempre.


No fim, o tênis de R$ 150 não é sobre calçar estudantes. É sobre descalçar um governo inteiro, revelando a incompetência, a corrupção e, acima de tudo, a total falta de vergonha. É o retrato de um estado onde a prioridade não é o cidadão, mas a manutenção do poder a qualquer custo. E o custo, como sempre, é pago por

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