BYD é processada por trabalho escravo e tráfico de pessoas
- Michael Andrade
- há 2 dias
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Da redação Itapuama FM, com informações da Agência Rádio Web

O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com uma ação civil pública contra a montadora BYD e duas empresas prestadoras de serviços à fábrica da marca em Camaçari, na Bahia. A acusação envolve a submissão de trabalhadores a condições análogas à escravidão e o tráfico internacional de pessoas.
O MPT solicita uma indenização de R$ 257 milhões por danos morais coletivos, além de exigir o cumprimento de diversas obrigações legais. Segundo o subprocurador-geral Fábio Leal, a ação inclui “obrigações de fazer e de não fazer”, como a adequação das condições de trabalho e de alojamento à legislação brasileira, bem como a regularização do pagamento de salários e da situação migratória dos trabalhadores.
Além disso, a ação requer a reparação dos contratos de trabalho, o pagamento de indenizações por danos morais coletivos e individuais, e estipula multa de R$ 50 mil por item descumprido.
De acordo com o MPT, o caso envolve 220 trabalhadores chineses que foram trazidos irregularmente ao Brasil com vistos para funções especializadas, mas acabaram atuando nas obras da fábrica em condições precárias. As investigações constataram situações de trabalho forçado, alojamentos superlotados — com até 31 pessoas compartilhando um único banheiro —, falta de higiene, vigilância armada, retenção de passaportes, jornadas exaustivas e contratos ilegais.
Pelo menos quatro trabalhadores sofreram acidentes graves, incluindo amputações.
Em nota, a BYD informou que está colaborando com as investigações e que se manifestará nos autos do processo.
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