Trump escreve a Bolsonaro: Apoio pessoal ou interferência política?
- Raul Silva
- 17 de jul.
- 2 min de leitura
Hoje (17), o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou uma carta aberta dirigida a Jair Bolsonaro. O documento, divulgado no Truth Social, reacendeu a polêmica relação entre os dois ex-presidentes e causou fortes reações no Brasil e no exterior.

Na mensagem, Trump diz estar “profundamente preocupado” com o que chamou de perseguição judicial contra Bolsonaro no Brasil. Em tom direto, afirma:
“Este julgamento precisa parar imediatamente!”
“Você foi um líder respeitado e forte. Não me surpreende vê-lo liderando nas pesquisas.”
“É minha esperança que o governo do Brasil pare de atacar opositores e de censurar vozes.”
Mas o que está por trás dessa carta?
Bolsonaro e Trump sempre mantiveram uma relação próxima, marcada por afinidade ideológica, retórica populista e críticas a instituições.
Agora, Bolsonaro enfrenta julgamento no STF por suspeita de participação em tentativa de golpe. Trump, por sua vez, busca reforçar sua imagem internacional e sua base conservadora.
A carta vem logo após Trump anunciar, também pelas redes, tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em protesto contra o que chamou de censura judicial no Brasil.
Lula reagiu dizendo que o Brasil “não aceita chantagem” e que o país “respeita o devido processo legal”.
O Itamaraty prepara resposta diplomática e pode acionar a OMC, analistas classificam a ação como uma tentativa inédita de interferência dos EUA na política interna brasileira e até setores da direita consideraram a carta desastrosa: seria “defender Bolsonaro à custa do Brasil”.
Nesse contexto a carta fortalece a polarização e aumenta a pressão sobre o Judiciário, mas dificilmente influenciará o julgamento. Ao mesmo tempo, une setores políticos contra a ingerência estrangeira e levanta alertas sobre o uso de sanções como instrumento político pessoal.
Enquanto Trump reforça sua narrativa de lealdade aos aliados, o gesto acende o debate: até onde vai a solidariedade política entre líderes? Quando ela ultrapassa os limites da soberania?
Por agora essa crise permanece em curso, mas o que pode ser afirmado com certeza é que o seu desfecho pode impactar muito mais que Brasil e EUA.
Opinião/Jornalista Raul Silva. Da redação/Itapuama FM.
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